14h30
CONFERÊNCIA KEYNOTE — Obsolescence is Resistance
Raquel Meyers
Os fósseis do futuro não serão nem plantas, nem animais, mas sim tecnologia cuja vida útil é governada pelo absolutismo da obsolescência programada, gerando toneladas de Tecno-lixo.
Esta prática não é o produto de um mau funcionamento, mas da lógica do consumismo submetido a um Tecno-Totalitarismo Reich[*]. Ainda podemos resistir.
[*] Berardi, Franco “Bifo” “(Sensitive) Consciousness and Time: Against the Transhumanist Utopia.” E-flux Journal 98 (February 2019).
Raquel Meyers (Cartagena, Espanha, n. 1977) trabalha com tecnologias obsoletas, como o Commodore 64, Teletexto, Máquinas de Escrever e FAX, combinando-as com fotografia, animação e bordado, entre outras técnicas. Define a sua prática como KYBDslöjd [mecânica expandida] cujo significado pode ser descrito como uma fusão de máquinas de escrever, Poesia Concreta, Demoscene e Brutalismo. As teclas contribuem para a execução, enquanto a poesia contribui para o sistema, revelando arquitetura do PETSCII, o conjunto de caracteres crus e despojados do Commodore 64. O seu trabalho tem sido exibido em centros de arte, galerias e festivais como Ars Eletronica, Transmediale, Xpo Gallery, La Casa Encendida, Liste Art Fair Basel, P21 Seoul, la Maison des Auteurs Angoulême, BmoCA, SeMA NANJI, La Gaîté lyrique, Tokyo Blip Festival, Square Sounds Melbourne, BilbaoArte, LABoral, Denver Digerati, iMAL, Piksel, Shibuya Pixel Art, LEV, MFRU, HeK, ETOPIA, Eufònic Urbà…
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15h15
MESA-REDONDA
Eduardo Morais (Moderador)
André Rangel, Pedro Cardoso, Raquel Meyers, Sofia Ponte
Enquanto o software domina o mundo, haverá lugar para um sense of Wonder antes do meio digital?
O PCD25@Porto irá acolher uma mesa-redonda para discutir o papel do sense of Wonder nas práticas e críticas presentes na tecnologia digital. Quatro praticantes e investigadores de diversas áreas irão discutir como o Wonder moldou a aceitação da tecnologia e se práticas de ligação com materiais digitais rudimentares podem ir para além da nostalgia e oferecer caminhos para recuperar novas estéticas e éticas de interação.
Eduardo Morais (Porto, 1979) é docente na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e no Instituto Politécnico da Maia. É licenciado em Cinema e Vídeo e, posteriormente, obteve um doutoramento em Media Digitais com o seu trabalho sobre Creative Coding no contexto da educação artística.
André Rangel, 1971. Artista e Designer. Concebe e produz eventos contemporâneos no campo da prática e do pensamento, como meios de expressão artística. Tem vindo a desenvolver e a disseminar conhecimentos e competências inerentes ao processo de criação e experiência de obras de arte intermedia, interativas e multissensoriais. É Doutorado em Ciência e Tecnologia da Artes, Mestre em Artes Digitais e Licenciado em Design de Comunicação. É professor assistente da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, Investigador Integrado no CITAR - Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes - e colabora com o i2ADS - Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade. Diretor e fundador do estúdio http://3kta.net, coorganizador e cofundador da xCoAx - Conferência Internacional sobre Computação, Comunicação, Estética e X.
Pedro Cardoso é Designer, Professor Assistente na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e investigador no i2ADS: Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade. O seu trabalho, no âmbito da Arte, Design, Interação e Experiência, desenvolve-se em contextos multidisciplinares, com foco na exploração dos processos poéticos e estéticos de jogos e sistemas computacionais. Os seus interesses residem no estudo destes artefatos como meios de pensamento criativo e inovação, bem como no seu potencial crítico para experiências afetivas e intervenção social.
Raquel Meyers (Cartagena, Espanha, n. 1977) trabalha com tecnologias obsoletas, como o Commodore 64, Teletexto, Máquinas de Escrever e FAX, combinando-as com fotografia, animação e bordado, entre outras técnicas. Define a sua prática como KYBDslöjd [mecânica expandida] cujo significado pode ser descrito como uma fusão de máquinas de escrever, Poesia Concreta, Demoscene e Brutalismo. As teclas contribuem para a execução, enquanto a poesia contribui para o sistema, revelando arquitetura do PETSCII, o conjunto de caracteres crus e despojados do Commodore 64. O seu trabalho tem sido exibido em centros de arte, galerias e festivais como Ars Eletronica, Transmediale, Xpo Gallery, La Casa Encendida, Liste Art Fair Basel, P21 Seoul, la Maison des Auteurs Angoulême, BmoCA, SeMA NANJI, La Gaîté lyrique, Tokyo Blip Festival, Square Sounds Melbourne, BilbaoArte, LABoral, Denver Digerati, iMAL, Piksel, Shibuya Pixel Art, LEV, MFRU, HeK, ETOPIA, Eufònic Urbà…
Sofia Ponte é artista, curadora e investigadora que trabalha na interseção entre artes visuais, design e tecnologia. Os seus interesses de pesquisa incluem mulheres nas artes visuais, arte digital, estudos curatoriais, conservação de novos media e a extensão destas áreas para exposições, coleções e museus de arte. Recentemente, tem-se focado no estudo da net art em Portugal. É professora assistente no IADE – Universidade Europeia, em Lisboa, e membro da sua Unidade de Investigação em Design e Comunicação (UNIDCOM), onde coordena o laboratório Media, Artes e Design (MADx lab).
16h30
CONVERSA COM ARTISTAS
Online + Aula Magna, FBAUP
Rodrigo Carvalho (Moderador)
Lizzy Brooks, Peter William Holden, Nicolas Lebrun, Tivon Rice
Rodrigo Carvalho (FBAUP/ID+) é designer e artista de novos media do Porto/Portugal, com doutoramento em Digital Media (U. Porto/UT Austin Colab, 2018). O seu trabalho em visuais ao vivo, código e arte interativa envolve uma ampla variedade de diferentes outputs, desde trabalho em ecrã digital, instalações interativas, atos audiovisuais ao vivo ou visuais interativos para performances em palco. É a vertente visual do BorisChimp504 e cofundador do Openfield Creative Studio.
Lizzy Brooks é artista, tecnóloga e professora de computação no ensino secundário, baseada em São Francisco. Trabalhando em comunidade, procura fundir narrativas pessoais e políticas para traçar os limites subtis do eu, à medida que este se entrelaça com a identidade cultural, a cidade, o território e a tecnologia. Tanto na sua prática artística como no ensino, foca-se na inclusão—trabalha para desmistificar a linguagem técnica e criar experiências acessíveis, intuitivas e acolhedoras. É também mãe de duas crianças pequenas, cuja curiosidade e encanto lhe proporcionam uma fonte constante de inspiração.
Peter William Holden investiga formas de expandir a linguagem cinematográfica através da escultura, utilizando-a como meio para comunicar animação experimental. Neste processo, combina dispositivos computacionais com componentes robóticos e mecânicos para criar esculturas cinéticas inspiradas em mandalas. Ele considera estas esculturas como um meio—um passo essencial para concretizar aquilo que acredita ser o foco principal: as animações efémeras ou coreografias que emergem quando as esculturas estão em movimento. Atualmente, está a aprofundar ideias mais conceptuais relacionadas com o tempo e a perceção. Os seus projetos mais recentes utilizam taxas de fotogramas invulgarmente lentas para produzir aquilo a que chama animação ambiente.
Nicolas Lebrun nasceu em Carpentras, França (1985), e formou-se na École des Beaux-Arts de Montpellier, onde continuou a trabalhar. A sua arte evoluiu de instalações interativas para séries baseadas em protocolos, que existem tanto no espaço digital como no físico. Lebrun explora a perceção espacial, investigando como os planos bidimensionais podem transmitir profundidade. A sua linguagem visual distintiva inclui cubos inclinados, renderizações em arame, formas primitivas e emaranhados de polígonos organizados em sistemas modulares. Cada projeto funciona como um sistema dinâmico, onde processos transformativos constroem e desconstroem composições simultaneamente, criando novas relações visuais através de alterações deliberadas.
Tivon Rice é um artista e professor que trabalha na interseção entre cultura visual e tecnologia. Baseado em Seattle, o seu trabalho explora criticamente a representação e a comunicação no contexto da cultura digital, questionando: como vemos, habitamos, sentimos e falamos sobre estas novas formas de troca? Como abordamos a criatividade no digital? Quais são as poéticas, narrativas e linguagens visuais inerentes às novas tecnologias? E quais são os impactos sociais e ambientais destes sistemas? Rice foi bolseiro Fulbright (Coreia, 2012) e doutorou-se em DXARTS na Universidade de Washington, onde atualmente é Professor Assistente.